Os contextos e as dinâmicas do período da pós-transição no território de Macau têm sido objeto de várias análises e reflexões que vão pigmentando o quotidiano de quem ainda lá vive. Por certo, a maioria da população nem se dá conta, até porque, a realidade vivida no seu dia-a-dia transforma-as em rotinas e hábitos que se vão adquirindo.
Porém, para quem dela está distanciado, as leituras são um pouco diferentes: são os momentos de incursão e de vivência precária, num retorno eternizado, que nos vão dando as “narrativas” captadas por via da comparação entre este e aquele momento vivido, perspectivando-as numa análise comparativa.
A micro-sociedade de Macau está repleta de referenciais que são, ora marcas da História, ora marcas da contemporaneidade, sob a qual se vai edificando a realidade chinesa e paralelamente, porque não dizê-lo, também de uma herança do legado lusófono, como que a construir uma ponte imaginária entre o Oriente e o Ocidente.
O referencial de Macau, no que diz respeito ao território e às suas gentes, será sempre marcado pelo marco histórico que herdou e pelo seu período da pós-transição, onde a sigla RAEM (Região Administrativa e Especial de Macau) passa a denominação oficial.
Os tempos e as dinâmicas da atualidade não se preocupam com os detalhes da memória, apenas a recupera em tempos de crise, desde que sejam úteis. Assim sendo, a perpetuação e a manutenção dos seus traços identificativos são uma obra do presente, para que o futuro delas se possa lembrar.
Deixo a questão em aberto, na expectativa que a bússola que nos dá os azimutes de ligação entre a República Popular da China e o mundo lusófono (Oriente/Ocidente) mantenha acesa a luz que ainda brilha no Farol da Guia, independentemente da forma como os agentes políticos a queiram formatar.
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